domingo, julho 29, 2007

Como me fudi no show dos Los Hermanos

As vezes acreditamos tão cegamente nos nosso ideais que acabamos nos tornando hipócritas.

O texto abaixo foi retirado de http://www.adolargangorra.com.br , e provavelmente vai sofrer adaptações e virar uma peça de teatro de Fernanda Torres.

Texto

Voltei para o Brasil há pouco tempo. Vivia com minha família na Inglaterra desde garoto. Estou morando no Rio de Janeiro há uns três meses e agora estou começando a me enturmar na Universidade. Não sei de muita coisa do que está rolando por aqui, então estou querendo entrar em contato com gente nova e saber o que tá acontecendo no meu país e, principalmente, entrar em contato umas garotas legais, né?

Mas foi meio por acaso que eu conheci uma menina maneiríssima chamada Tainá. Diferente esse nome, hein? Nunca tinha ouvido. Estava procurando desesperadamente um banheiro no campus quando vi uma porta que parecia ser a de um. Na verdade, era o C.A. da Antropologia. A garota já foi logo me perguntando se eu queria me registrar em algum movimento estudantil de não sei lá o que. Que bacana! Que politizada ela era! E continuou a me explicar a importância de eu me conscientizar enquanto enrolava em beque da grossura de uma garrafa térmica. Pensei em dizer que estava precisando cagar muito rápido, mas ela era tão gata que eu falei que sim. Tainá: cabelos pretos, baixinha e com uma estrutura rabial nota dez… Aí, acho que ela me deu um certo mole… Conversa vai, conversa vem, ela me chamou para um show de uma banda naquela noite que eu nunca tinha ouvido falar: Loser Manos. Nome engraçado esse! Estava fazendo uma força sobre-humana para manter a moréia dentro da caverna, mas realmente tava foda. Continuamos conversando e rindo. Ela riu até bastante, mas eu, na verdade, tava mesmo rilhando os dentes porque assim ficava mais fácil disfarçar as contrações faciais que eu estava tendo ao travar o meu cu para não cagar ali mesmo na frente dela.

Pensando bem, eu tinha ouvido falar sim alguma coisa sobre essa banda lá na Europa ainda, mas não lembro bem o quê. Ah, acho que vi esses caras hoje no noticiário local dando uma entrevista. Achei que fosse uma banda de crentes tradicionalistas tipo Amish.Todos de barba, com umas roupas meio fudidas. Parecia até a Família Buscapé! Dão a impressão de ser uns sujeitos legais, mas o que me chamou a atenção mesmo foi o jeito da repórter, como se fosse a fã nº 1 deles, como se estivesse cobrindo a volta do Beatles ou coisa parecida. Não entendi esse jeito “vibrão” de trabalhar. Bom, mas se eu conseguir ficar com o bicho bom da Tainá hoje à noite, já tô no lucro! Marcamos de nos encontrar na entrada do ginásio. Rapaz, acho que tô dando sorte aqui no Brasil!

Ia ser fácil achar essa garota no meio da multidão. Ela se veste de uma maneira estilosa, diferente, bem individual: sandália de dedo, saia indiana, camiseta de alça, uma bolsa a tiracolo e o mais interessante: um óculos retangular, de armação escura e grossa, engraçado até! Depois de uns mil “Desculpe, achei que você fosse uma amiga minha.”, finalmente encontrei Tainá e seu grupo de amigos. Cacete, isso sim é que é moda! Parecia uniforme de escola!

Ela me apresentou suas amigas, Janaína e Ana Clara e seus respectivos namorados, Francisco e Bento. Uma mistura de fazendeiros com intelectuais. Um cara de macacão, de sandália de pneu e com ar professoral. Outro de colete, tênis adidas, óculos e também com ar professoral. Pareciam ser legais, “do bem” como eles mesmo falam… Mas que não me deram muita conversa. “Do bem”, isso mesmo! Gíria nova… Todos aqui são “do bem”. E que nomes tão simples e idílicos! Janaína, Ana Clara, Francisco, Bento e Tainá. Nada de Rogérios ou Robertos. E eu que já tava me sentindo meio culpado por me chamar Washington… Realmente estava no meio de uma nova época da juventude universitária brasileira!

Comecei a conversar com a Tainá antes que a banda entrasse no palco. Aí… acho que tá rolando uma condição até! Quem sabe posso me dar bem hoje? Ela começou a falar de música: “De quem você é fã?”, perguntou. Pô, eu me amarro no George…” Ela imediatamente me interrompeu, dizendo alto: “Seu Jorge? Eu também amo o Seu Jorge!” Puxa, que legal! Ela gosta tanto do George Harrison que se refere a ele com uma intimidade única! Chama ele de “Seu”! Seu Jorge! Isso é que é fã! “Legal você já conhecer ele, hein? Eu sabia que ele ia se dar bem na Europa! O Seu Jorge é um gênio!” , ela emendou. Pô, eu morava na Inglaterra. Como eu não ia conhecer o George Harrison?

Essa eu não entendi…

Depois ela perguntou quais bandas que eu gostava. “Eu curtia aquela banda da Bahia…”.

“Ah, Os Novos Baianos, né?? Adoro também!” “Não, Camisa de Vênus! “Silvia! Piranha!” cantei, rindo. A cara que ela fez foi de quem tinha bebido um balde de suco de limão com sal. Senti que ela não gostou muito da piada. Tentei consertar: “Achava eles engraçados, mas era coisa de moleque mesmo, sabe?” Óbvio que não funcionou… Aí, acho que dei um fora…

Depois, Tainá foi me explicando que o tal Loser Manos é a melhor banda do Brasil, etc., etc., etc., e que eles “promovem um resgate da boa música brasileira”. “Tipo Os Raimundos com o forró?”, perguntei. “Claro que não!”, disse ela meio exaltada! Ela me falou que não se pode comparar os Los Hermanos com nada porque “eles são únicos”, apesar de hoje existirem excelentes artistas já reverenciados pela mídia do Rio de Janeiro como Pedro Luis e a Parede, Paulinho Moska, O Rappa, Ed Motta, Orquestra Imperial, Max de Castro, Simoninha e Farofa Carioca. Ela mencionou também “Marginalia” ou coisa parecida. Foi isso mesmo que eu ouvi? Achei que ela estivesse elogiando eles… Esses foram os nomes artísticos mais escrotos que já tinha ouvido, mas fiquei quieto. Fico feliz em saber sobre essa nova onda musical pois quando sai do Brasil o que fazia sucesso no Rio era Neuzinha Brizola e seu hit “Mintchura”. Ainda bem que tudo mudou, né?

Só depois percebi que o nome da banda é em espanhol: Los Hermanos. Ah bom! Mas se eles são tão brasileiros assim porque não se chamam “Os Irmãos”? Quando saí daqui os nomes de muitas bandas costumavam ser em inglês e até em latim. Ainda bem que essa moda de nomes de bandas em espanhol não pegou no Brasil!

Pelo que me lembro, ao explicar qual é a dos “Hermanos”, ela usou a expressão “do bem” umas 37 vezes e disse que eles falam de romantismo, lirismo, samba e circo. Legal, mas circo? Pô, circo é foda! Uma tradição solidificada nos tempos medievais que ganha dinheiro maltratando animais. Onde está a poesia de ver um urso acorrentado pelo pescoço tentando se equilibrar miseravelmente em cima de uma bola enquanto é puxado por um cara com um chicote na mão? Rá, rá, rá… Engraçado pra caralho! Na boa, circo é meio deprimente. Palhaço de circo só troca tapão na cara e espirra água nos olhos dos outros com flor de lapela e quando sai do picadeiro, vai chorar no camarim. Que merda! A única coisa legal no circo mesmo é quando ele pega fogo! Isso sim que é um espetáculo de verdade! Aquela correria toda, etc. Senti que essa galera se amarra em circo. Não faz sentido se eles são tão politicamente corretos assim, né? E os pobres animais? E eu querendo não passar em branco na conversa com a Tainá, mas não conseguia lembrar de jeito nenhum a única coisa que eu sabia sobre a banda… Cacete…! O que era mesmo?

De repente, uma gritaria histérica! O show tava começando! O ginásio veio a baixo! Perguntei pra ela: “Eles são todo irmãos, né, tipo o Hanson?” Ela disse um “não” esquisito, como se eu tivesse debochando. Todos eles usam uma barba no estilo Velho Testamento e se chamam “Los Hermanos”! O que ela queria que eu pensasse? Após ouvir a primeira música deu pra ver que os caras são profissionais mesmo, tocam muito bem e são completamente idolatrados pelo público, para dizer o mínimo. Fiquei prestando atenção ao show. Pô, as músicas são boas! Dá pra ver uma influência de Weezer, Beatles e Chico Buarque. Esse aí é fodão, excelente compositor mesmo. Lá na Inglaterra conhecia uns caras que eram ligados ao movimento “Dark”, como chamam por aqui. São os sujeitos que gostam de The Cure, Bauhaus, Sister of Mercy, etc. E tem a maior galera aqui no Brasil também que se veste de preto, não toma sol, curte um pessimismo niilista e se amarra nessas bandas. Mas se eles sacassem que o Chico Buarque é o genuíno artista “Dark” brasileiro… Pô, é só ouvir as músicas dele pra perceber: “Morreu na contra-mão atrapalhando o tráfego” ou “O tempo passou na janela é só Carolina não viu”. “Pai, afasta de mim esse cálice, de vinho tinto de sangue” ou “Taca pedra na Geni, taca bosta na Geni, ela é boa pra apanhar, ela é boa de cuspir, ela dá pra qualquer um, maldita Geni”. Tudo alegrão, né? Se eu fosse dark, só ia ouvir Chico Buarque, brother!
Tentei reengatar a conversa dizendo que achava ao baixista o melhor músico dos Los Hermanos. Ela respondeu, meio irritada: “Mas ele não é da banda!” Como eu ia saber? O cara tem barba também! Aí, não tô entendendo mais nada…

Adiante, ela me disse que o cara que ela mais gostava na banda era um tal de Almirante. Depois de alguns minutos deu pra ver que o camarada imita um pouco os trejeitos do Paul McCartney, só que em altíssima rotação. Ele fica se contorcendo feito um maluco enquanto os outros ficam estáticos. É engraçado até! Parece que ele tem uma micose num lugar difícil de coçar! E fica falando e rindo direto. Ele é o irmão gaiato do cara que canta a maioria das músicas, o tal de Marcelo Campelo, como anunciaram no noticiário local hoje. Isso mesmo, Marcelo e Almirante Campelo: “Os Irmãos”! Legal! Já tava me inteirando! Ah, e tem também dois gordinhos de barba que estão lá também, mas devem ser filhos de outro casamento…

Tava um calor desgraçado, coisa que eu realmente não estou mais acostumado. Fui rapidão ao bar pra beber alguma coisa. Comprei umas quatro latas de refrigerante que era o único troço que tava gelado para oferecer para meus novos amigos: “Aí, trouxe umas coca-colas pra vocês!” Ouvi a seguinte resposta: “Coca-Cola? Isso é muito imperialista… Guaraná é que é brasileiro!” Puxa, que pessoal politizado… Isso mesmo, viva o Brasil! “Yankees, go home”, rá, rá! Outro fora que eu dei! Mas, pensando bem, eles não usam o Windows e o Word pra fazer trabalhos da universidade? Ou usam o “Janelas”? Dessas coisas gringas não é tão mole de abrir mão, né? Mais fácil não tomar Coca-Cola! Isso sim que é ativismo estudantil consciente! Posicionamentos políticos à parte, tava quente pra burro, então bebi tudo sob o olhar meio atravessado de todos eles… fazer o quê?

Lá pelas tantas, começou uma música e todo mundo berrou e pulou. Parecia o fim do mundo. Logo nos primeiros acordes, reconheci o som e falei pra Tainá: “Ah, eu sei o que é isso! É um cover do Weezer! Me amarro em Weezer!” Ela olhou pra mim com uma cara indignada e disse: “Que Weezer o quê? O nome dessa música é “Cara Estranho”. Já vi que não gostou de novo… Mas quem sou eu pra dizer algum coisa aqui, né? Porra, mas que parece, parece! Mas o que era mesmo que eu não consigo lembrar de jeito nenhum sobre eles? Acho que conheço alguma outra música deles… Só não consigo dizer qual…

Sabia que se eu quisesse me dar bem logo com a Tainá teria que ser entre uma música e outra pois parecia que ela estava vendo um disco voador pousar enquanto os caras tocavam. Resolvi fazer uma piada pra descontrair, que sempre rola em shows. Quando o Campelo tava falando alguma coisa qualquer, berrei: “Filha da putaaaaaaaaaa!” Pra que? Tainá e sua milícia hermanista me deram uma cutucada monstra na costela que me fez enxergar em preto e branco uns 5 minutos! Pô, todo show alguém grita isso! É quase uma tradição até! Eu me amarro no cara! E é só uma piada! Aí, esse pessoal leva tudo muito a sério! Caralho… Pensei em pegar uma camisinha da minha carteira e fazer um balão e jogar pra cima, como rola em todo show, pra mostrar pra Tainá que eu sou uma cara consciente, tipo: “Aí, Tainazão, se tu se animar, eu tô preparado!”, mas depois dessa vi que senso de humor não é o forte dessa galera…

O tempo tava passando e nada de eu ficar com minha nova amiguinha. Quando fui tentar falar uma coisa no ouvido dela, foi o exato momento em que começou uma outra música. Foi aí que a louca deu um grito e um pulão tão altos que eu levei uma cabeçada violenta bem no meio do meu queixo! Ela não sentiu nada, óbvio, pois estava em transe hipnótico só por causa de uma canção sobre a beleza de ser palhaço ou lirismo do samba ou qualquer outra coisa do gênero. A porrada foi tão forte que eu mordi um pedaço da língua. Minha boca encheu d´água e sangue na hora. Enquanto eu lutava pra não desmaiar, instintivamente enfiei a manga da minha camisa na boca pra estancar o sangue e não cuspir tudo em cima de Ana Claudia e Jandaína or something. Só que estava tão tonto com a cabeçada que tive que me segurar em uma ou outra pessoa pra não cair duro no chão. Foi quando ouvi: “Nossa, que horror! Lança-perfume! Esse playboy tá doidão de lança! Que decadência…” Lança-perfume? Cara, lógico que não! E mesmo que tivesse, todo show tem isso! Mas nesse, não pode. É “do bem”. É feio ter alguém cheirando loló!! Pô, todo show que eu fui na vida tinha alguém movido a clorofórmio. Aqui, não. Que merda…

Babei na minha camisa até o ponto dela ficar ensopada! Fui ao banheiro tentar me recuperar do cacete que tomei. Lavei o rosto e tirei a camisa. Quando voltava passei por uma galera e ouvi resmungarem alguma coisa do tipo: “…e esse mala aí sem camisa…” Porque não se pode tirar a camisa num show? Isso aqui não é só uma apresentação de uma banda? Parecia que eu ainda estava na Europa! Regulões do caralho… E, afinal, o que significa “mala”?

Estava enxergando tudo embaçado e notei que minhas lentes de contato tinham saltado pra longe com a cabeça-aríete de Tainá e esmagadas por centenas de sandálias de dedo. Lembrei que sempre levo um par de lentes extras no bolso. É uma parada moderna que eu achei lá em Londres. Um estojo ultrafino com uma película de silicone transparente dentro que mantém as lentes umedecidas e prontas para uso. Abri o estojo e peguei cuidadosamente a película com as duas mãos e elevei-a contra a luz para conseguir achar as lentes. Estiquei os polegares e indicadores, encostando uns nos outros, para abrir a película entre esses dedos. Balançava o negócio levemente, de um lado para o outro, contra a pouca luz que vinha do palco para conseguir localizar as lentes. Não estava enxergando nada direito! Quando tava lá com as mãos pra cima, fazendo uma força absurda pra achar as lentes, um dos caras legais com nomes simples, me deu um puta safanão no ombro. É claro que o silicone voou longe também… Caralho, minhas lentes! Custaram uma fortuna! Que filho da puta! “Que sinal é esse que tu fazendo aí, meu irmão? Tá desrespeitando as meninas?”
“Que sinal?? Que sinal??”, respondi, assustado!
“De buceta, palhaço!”, apertando o meu braço que nem um aparelho de pressão desregulado. “Você tá no show do Los Hermanos, ouviu? Los Hermanos! Ninguém faz sinal de buceta em um show do Los Hermanos, sacou?”, gritou o tal hipponga na minha cara.

Que viado, eu não tava fazendo nada! Parecia uma freira de colégio! Que lance é essa de buceta? Da onde esse prego tirou isso? As meninas… (Perái! Menina? A mais nova aí tem uns 25!) ficaram me olhando com a cara mais escrota do mundo! A essa altura, já tinha percebido que não ia agarrar a Tainá nem que eu fosse o próprio Caetano Veloso! “Bento”, que nome mais ridículo… Isso aqui é um show ou uma reunião de alguma seita messiânica escolhida para repovoar a Terra?

Caramba, que noite infernal! Tava com a língua sangrando, sem enxergar direito, só de calça, arrotando sem parar e puto da vida porque só tinha aceitado vir aqui por causa de mulher. Estava no meu limite. Isso era um show ou uma convenção do Santo Daime? Que patrulhamento! E, de repente, vejo Tainá e seus amigos olhando pra mim atravessado e cantando a seguinte frase: “Quem se atreve a me dizer do que é feito o samba?” Aí foi demais! Eu me atrevo: Ritmo, melodia e harmonia. Pronto, só isso! Mais nada! Olha só: foda-se o samba, foda-se o circo, foda-se a obsessão por barba da família Campelo e, principalmente, foda-se essa galera “do bem” que está aqui!”

Apesar de tudo, a banda é realmente excelente! O que incomoda mesmo é esse público metido a politicamente correto e patrulhador e a imprensa que força a barra pra vender alguma imagem hipertrofiada do que rola de verdade. Esse climão de festival antigo de música popular brasileira, daqueles com imagens em preto e branco, com todo mundo participando, que volta e meia reprisam na tv, tudo lindo e maravilhoso. “Puxa vida, um novo movimento musical brasileiro!”? “Estamos realmente resgatando a nossa cultura!” ? Que exagero… Ei, é só música pop! MÚSICA POP!

Caralho, finalmente lembrei! Eu conheço uma música deles! Ouvi em Londres!
Numa última tentativa de salvar meu filme com Tainá, na hora do bis, berrei bem alto: “TOCA ANA JULIA!” Só acordei no hospital. Tomei tanta porrada que vou ter que fazer uma plástica pra tirar as marcas de pneu da minha cara! Fui pisoteado! Neguinho ficou puto! Qual é o problema com essa música? Me lembro de estar sendo chutado pela elite dos estudantes universitários brasileiros e da própria Tainá, gritando e me dando um monte de bolsadas na cabeça! Que porra louca! Tentaram me linchar! Ofendi todo mundo! Pô, Ana Julia é uma música boa sim! É um pop bem feito! Se não fosse, o “Seu Jorge” Harrison não teria gravado, né? Se ele não entende de música, quem entende? Me disseram depois que o tal Campelo se retirou do palco chorando, magoado, e o outro irmão mais novo dele, o nervosinho que imita o Paul McCartney, pulou do palco pra me bicar também. Do bem? Do bem é o cacete…

Aí, sinceramente, ainda prefiro o show do Camisa de Vênus…

Adolar Gangorra tem 65 anos, é editor do periódico humorístico Os Reis da Gambiarra e é filho único.

domingo, julho 15, 2007

Avatar: Simpsons

sábado, julho 14, 2007

Pan-Americano 2007

Foi lançada, ontem, dia 13 de julho de 2007, a política do "pão e circo" na cidade do Rio de Janeiro!

É incrível como a rotina das pessoas é tomada por evento, que durará 1 semana!
Todos se dizem patriotas e defendem com orgulho o título que foi dado a cidade do Rio: o "palco do PAN de 2007"!
Mas me diz uma coisa, quem sabia o que era o Pan-americano antes do Brasil se candidatar a sede em 2007?

É lamentável, que em um país onde saúde e educação são precárias, se gaste tanto dinheiro em um evento de lazer! Foram gastos aproximadamente 3,5 bilhões de reais para preparação da cidade para os jogos!
E esses não foram os únicos prejuízos! Para quem não sabe, o autódromo internacional Nelson Piquet (Jacarepaguá) teve que doar parte de seu traçado para a construção de complexos esportivos!

O autódromo do Rio, sediou GPs de formula 1, nos anos de 1978 a 1989, consagrando 2 vitórias do tri-campeão, Nelson Piquet!
Hoje em dia não passa de uma pista cheia de entulhos, e um grande estacionamento para o complexo do pan!



Sempre considerei o automobilismo, assim como qualquer esporte, como um meio de inclusão social! E isso meus amigos, é o que o país mais precisa! Um futuro e incentivo para os jovens!

Agora, para um país onde se roubam milhões todos os dias, um país onde diariamente se destroi monumentos históricos, onde matam centenas de hectares de floresta, envenenam dezenas de rios e ninguém liga, quem vai se importar com um autódromozinho?

Todos querem ver o PAN, querem ser brasileiros, ter orgulho de vestir a camisa canarinho, cantar o hino nacional, ser voluntários e depois dizer: "Sediamos o PAN"!

Bato palmas para vocês!

Agora alguém já pensou em ser voluntário para algo que o Brasil realmente precisa? Duvido muito! Nós já nos acustumamos com a desgraça! Ela faz parte do nosso cotidiano! Isso ninguém quer mudar! "É indigno!", "EU?! Cuidar de gente necessitada?! Nem que me pagassem!", muitos diriam!
Fico bastante assustado com a quantidade de voluntários que o PAN teve quando comparados aos voluntários de projetos sociais do país! Nessa hora ninguém é brasileiro! Só somos quando o assunto é futebol ou envolve eventos mundialmente reconhecidos!

Mais uma vez, palmas pra vocês!

Em nenhum momento, estou desmerecendo o evento, no seu foque cultural e social! Acredito no evento e assistirei as competições! Discuto aqui, o MODO como foi realizado e tudo aquilo que está sendo deixado de lado e sacrificado em prol de algo que a mídia chama de "um dos maiores eventos espotivos" do mundo! Piada! haha

E digo mais, ficam aqui as palavras do maior bandido que o Brasil ja conheceu, o Sr. Excelentíssimo prefeito da cidade do Rio de Janeiro, César Maia: "No Parque Aquático, estamos pensando em criar uma base para que sejam disputados jogos de tênis, além de shows. A natação não é rentável ".
Sim, o espaço será transformado em casas de show, pois o nosso prefeito, considera o complexo apenas como um meio de ganhar dinheiro, e não como meio social!

Palmas pra quem o re-elegeu!

Enfim, o Rio parece casa de endividado! Gasta-se um fortuna com preparativos, recebe-se os visitantes, todos comem e bebem de graça, se divertem, e por fim vão embora! A única coisa que sobra pro dono é a bagunça!

O PAN acabará, e junto com ele, o autódromo, os complexos esportivos e a POUCA reputação que o Rio ainda tem!

O jornal britânico The Times traz uma reportagem, neste sábado, dizendo que a organização dos Jogos Pan-Americanos revelou problemas endêmicos ao Brasil, "principalmente a burocracia corrupta e ineficiente" do país. Segundo o correspondente do jornal no Brasil, Tom Hennigan, o país investiu tempo e dinheiro para sediar o evento esportivo numa tentativa de convencer o mundo de que tem condições de organizar a Copa do Mundo ou as Olimpíadas, mas "o orçamento para o Pan-Americano saiu de controle devido a má administração e corrupção, tornando o preço final para o contribuinte cerca de oito vezes mais caro que as estimativas iniciais"."Esses enormes excessos nos custos aumentaram a preocupação sobre o potencial para desperdícios e corrupção se o Brasil se tornasse a sede da Copa do Mundo de 2014, que envolve muito mais dinheiro", diz o jornal.

http://www.iht.com/articles/ap/2007/07/13/sports/LA-SPT-Pan-Ams-Roundup.php

Mas isso, é claro, vocês não veêm na rede Globo!

Se realmente somos fãns dos esportes, devemos querer o melhor para ele! Você já se imaginou tendo que competir em esportes aquáticos, na Baía de Guanabará? Não né? Você só quer assistir, e ter o orgulho de dizer mais uma vez: "Eu sediei o PAN"!

O Brasil nunca sediará as Olimpíadas! Não digo baseado no orçamento, ou na criminalidade! Mas sim nas condições dos esportes aquáticos! É totalmente inviável! Ainda não sei como sediou o PAN!

A verdade fatal meus amigos, é que somos orgulhosos demais! Só conseguimos falar e nos orgulhar daquilo que traz prestígio internacional! Na hora de olhar pra dentro e assumir os defeitos do país como homens, ninguém é brasileiro o sufisciente!

http://averdadedopan2007.blogspot.com/

Apesar de tudo isso, uma coisa me comove muito! O modo como a vida sofrida de alguns, diante de um evento enorme como esse, muda! Por mais sofrida que seja, um evento do tamanho do PAN, consegue reavivar a felicidade na vida dessas pessoas, e isso sim, não tem preço, mesmo que seja por apenas uma semana! =)
Entretanto não deveria ser assim, deveria ser para sempre! E é pra isso que devemos lutar todos os dias! Fazendo o nosso papel para um mundo melhor! Lembre-se dos sonhos, nada é impossível pra aquele que acredita! Se o Kiwi conseguiu, por que não conseguiremos?

Um grande abraço,
e fica o desabafo!

domingo, julho 08, 2007

Kiwi



É incrível como as vezes temos tudo, e ao mesmo tempo insistimos em acreditar que não temos!
Há algum tempo venho me questionando sobre a minha própria vida. São tantas as coisas que fazemos para tornar a nossa vida melhor, e buscar o preenchimento de um vazio ou outro, que acabamos nos afastamos daquilo que realmente importa.
As pessoas, de um modo estranho, possuem a natureza de estar insatisfeitas com tudo! Por exemplo, começa a chover. Pronto, é o sufisciente pra estourar o estopim de uma grande bomba de reclamações! "Que droga, está chovendo!" , "Tirando a chuva, está tudo ótimo".
Para a alegria de muitos, horas depois, a chuva para! O clima muda, e os ventos esquentam.
Passado alguns dias você começa a ouvir esporadicamente: "Que calooooor é esse, bem que podia chover um pouco, né?" Apartir daí, o que era esporádico vira comum.

Talvez, por inocência, só uma criança tenha capacidade de perceber essa natureza humana e se questionar sem entender absolutamente nada! A verdade é que estamos expostos a essa natureza todo dia, desde o mal humor do garagista, até o do seu chefe e professores! Acreditem amigos, é difícil não ser contagiado! Certa vez li, que isso se dá por um grande ciclo vicioso! Você grita com uma pessoa, que grita com outra, que grita com mais uma, até essa outra voltar e gritar com você! Se é, ou não, não entra em questão, mas isso está presente toda hora em todos os lugares!

Insatisfação e infelicidade talvez definam o século pra muitos! Todos temos sonhos e "sonhos"! Os sonhos de verdade, geralmente guardamos só para nós! Quem aqui nunca sonhou em ter super poderes ou viajar o mundo? Ser um astro? um grande esportista? Eu me atrevo a chamar esses sonhos que muitos consideram "bobos", dos verdadeiros sonhos!
Sonhos como, trabalhar numa grande firma, ser um bom advogado, ou um excelente engenheiro, são sempre bem vindos, mas nunca chegam a superar o potencial dos outros! Por mais que você se torne um excelente advogado, vc ainda sonhará em poder voar! =)

Muitas vezes desistimos de sonhos maiores, para viver uma coisa menor, por julgá-la "alcançavel".

"Kiwi" é uma animação sobre um Quivi, um tipo de pássaro que não pode voar, mas que gasta sua vida inteira no trabalho de realizar o seu sonho. Sabendo de suas limitações, ele passa a vida inteira pregando árvores em uma encosta e quando finalmente termina, ele se joga do alto do penhasco procurando criar uma ilusão de estar voando sobre uma floresta. Tudo isso, para cumprir seu único sonho, poder voar! Muitos diriam que era impossível, mas mesmo assim ele estava disposto a conseguir! É possível perceber que mesmo sabendo que vai morrer, ele está feliz, e realizado!
As vezes vivemos uma vida inteira, achando estar realizados e seguindo o "possível", e morremos ainda com aquele sonho de criança, que nunca saiu da nossa cabeça, o de poder voar!

Portanto meus amigos, por mais que a vida seja difícil, e possa parecer impossível vivê-la do jeito que queremos, sempre existe uma maneira de realizar nossos sonhos! Apartir do momento que você o julga impossível, você já está acabando com qualquer possibilidade de sucesso!
Saber tirar o melhor de todas as situações, é uma tarefa difícil, mas pode fazer com que vejamos um mundo totalmente novo e com novas possibilidades! Num dia de chuva, procure observar tudo o que acontece, tudo muda! É isso o que eu mais gosto num dia chuvoso, a mudança no cotidiano de todas as pessoas! Não só das pessoas, mas do céu, da árvores, do aroma do vento! Enfim, são inúmeras as coisas diferentes que acontecem. As vezes ficamos tão ligados em realizar os sonhos "Possíveis", que nos desgastamos demais e abrimos mão daquilo que realmente importa! Acabamos com aquela que é única, a vida! Desperdiçamos a chance de fazer algo excepcional pra nós mesmos. Matamos a única chance de sermos felizes, mesmo que por um instante! Muitos mudam quando o fim parece próximo, mas porque não mudar desde agora? Por que esperar que algo aconteça para correr atrás do sonho de voar?

Infelizmente, apesar de todas as coisas maravilhosas no mundo, muitos só conseguem perceber e dizer uma coisa: "Que droga de vida!"



Um grande abraço

sexta-feira, julho 06, 2007

As Estrelas

Primeiramente, minha grande saudação Rubro-Negra a todos!

Após muito pensar e relutar, decidi re-aderir a campanha dos blogs.

Acredito ser uma maneira interessante de transmitir e receber informação dos mais variáveis tipos e maneiras, além é claro, de preencher o longo período de ócio que me aguarda nas férias! rsEstou bastante impressionado com o novo sistema do blogspot, a liberdade de edição e incremento cresceu bastante, embora, nada que não fosse previsto, visto que aquele "G" já aparece na página inicial do serviço! Peço aos senhores, um pouco de paciência em relação ao layout, que aos poucos será atualizado e incrementado! =)

Como o mais importante é a escrita, usarei esse espaço pra falar
dos mais diversos assuntos possíveis! E pra começar, há pouco conversava com uma grande amiga contando que estava fazendo um blog! Amiga essa, daquelas que vc fica dias sem ver, e só o fato de vê-la do
outro lado da rua, faz um sorriso desabrochar lá de dentro!Companheira de estrada e engarrafamentos, na mesma hora ficou claro que nossos papos de estrada virariam assuntos para inúmeros posts do blog.

Portanto, como pedido e prometido, esse primeiro post, vai pra vc Dani! Amo
vc irmã! =)



A Morte das Estrelas


Quem nunca parou no meio de uma noite, nem mesmo por um único instante, para olhar a imensidão do céu?

Certa vez, uma amiga comentou comigo que se cada pessoa tirasse 5 minutos do seu dia para observar o céu, suas vidas seriam completamente diferentes. Eu concordo. Na minha opinião, não há nada mais bonito e ao mesmo tempo temeroso que o céu. Dele veio a nossa origem, e dele virá o noso fim! (Ou não?! rs)

Enfim, durante uma sexta-feira normal, no fatídico trajeto Rio x Petrópolis, enfrentamos um acidente da serra de Petrópolis, o que nos rendeu umas 4hs de papo! Papo vai, papo vem, e por fim estávamos conversando sobre as estrelas! A grande questão foi a seguinte: "O que acontece quando uma estrela desaparece?".

Primeiramente precisamos entender o que são estrelas e onde estão
localizadas.

Uma estrela é um corpo celeste formado de plasma, (e não de gás, como muitos pensam), que se mantém coeso devido sua força gravitacional. Esse corpo celeste, por causa de sua pressão interna, produz energia
por fusão nuclear, transformando moléculas de hidrogênio em hélio. Dado que nos primórdios do Universo, o hidrogênio (H) e o hélio (He) eram basicamente os únicos elementos existentes, isso significa que todos os restantes elementos conhecidos atualmente, como por exemplo o ferro, o carbono, oxigênio, nitrogênio, foram fabricados por estrelas. Para uma estrela poder realizar esse processo de fusão, ela tem que ter uma massa acima de um determinado valor crítico (aproximadamente 81 vezes a massa de Júpiter) para que se dêem reações nucleares de fusão no seu interior.

As estrelas podem ser vistas como enorme compactadores de matéria. O hidrogénio e o hélio, que estão na base da sua formação, por serem elementos com apenas um e dois elétrons, mais simples de fundir, são lentamente, ao longo de milhões de anos, comprimidos dando origem a elementos mais pesados, nomeadamente metais, cujos átomos sãomais difíceis de fundir. Esta incapacidade de fusão, leva irremediávelmente à morte da estrela, como no caso do Sol.

As estrelas visíveis aparecem como pontos brilhantes no céu noturno, à exceção do Sol que devido a sua proximidade é visto como um disco e é o responsável pela luz do dia. O uso comum da palavra estrela nem sempre reflete o seu significado astronômico, não incluindo o Sol e incluindo os planetas visíveis e até mesmo os meteoros (estrela cadente) . Em virtude do uso amplo da palavra, um fenômeno belo e sem igual ocorrido dia 13 de novembro de 1833, visível do Canadá ao México, foi denominado chuva de estrelas.

Depois do Sol, a estrela mais próxima da Terra é a Próxima Centauri que fica a 40 trilhões de quilômetros, mas como não é possível observá-la a olho nu, esse título fica com Alpha Centauri. Sua luz demora 4,2 anos no trajeto dessa estrela até nós (veja ano luz). Ou seja, uma estrela, cuja luz enxergamos hoje no céu, pode ter deixado de brilhar a 4 anos atrás! Isso tudo traz atona um grande sentimento pra mim, sobre, até que ponto os nossos olhos são fiéis a tudo que acontece no mundo? O que é real? O que é fictício? Será que o processo do fim do universo já começou e nós ainda estamos aguardando sua chegada? (Lembro aqui, um clássico do Stephen King, "Fenda no Tempo")

Os astrônomos estimam que existam pelo menos 70 sextilhões de estrelas no universo conhecido. Em número fica 70 000 000 000 000 000 000 000.

A sua distribuição pelo Universo cabe principalmente às supernovas, que ao explodirem espalham por milhões de quilômetros estes materiais, dando origem a novas estrelas e sistemas planetários.

O estado final de uma estrela depende decisivamente da massa que ela possui. Deste modo, a estrela pode terminar sua vida pacificamente, ou se tem massa maior, pode chegar a ser (depois da fase de uma supernova) uma estrela de nêutrons, ou ainda, em um caso extremo, converter-se em um buraco negro.

Explicando um pouco mais sobre os estágios finais de uma estrela:

Supernova:

As estrelas de massa maior, depois de converter seu hidrogênio, podem seguir queimando os componentes restantes para formar elementos mais pesados (carbono, oxigênio, neônio, magnésio,silício, e finalmente ferro). Como o núcleo de ferro é o mais estável na natureza, não existe mais a possibilidade de se obter energia usando o ferro como combustível nuclear: a produção de energia nuclear na estrela pára quando se formam núcleos de ferro.

Nesse momento a estrela colapsa, desmoronando-se em si mesma. A estrela se contrai, aumenta incrivelmente a densidade no centro, e devido à resistência da matéria, as camadas externas que caem para o interior da estrela ricocheteiam no centro. Ocorre assim uma grande explosão que destrói a estrela.
O brilho desta explosão é considerável e pode ser até dez bilhões de vezes mais brilhante que o sol.

A isto se chama uma Supernova

Estrela de Nêutrons:

Quando a estrela ultrapassa o limite de 1.4 massas solares os elétrons de seus átomos colidem (ao estarem tão comprimidos) com os prótons, são absorvidos (o inverso do decaimento beta) formando um nêutron.
Nesse momento a estrela volta a ser uma estrela de nêutrons. (Lembrem da Bomba Atômica)

Um outro efeito ocorre quando o seu tamanho se reduz ao redor de 10 quilômetros de diâmetro, com bilhões de toneladas por centimetro cúbico! A estrela aumenta violentamente a quantidade de giros, o que faz com que ela emita (periodicamente) uma grande quantidade de sinais de rádio. (foto)

Buracos Negros:

Podemos ter uma estrela de nêutrons de 1 a 3 massas solares. Se ela possuir mais de 3 massas solares, a gravidade não pode ser contrabalançada de nenhum modo.

De acordo com a teoria da relatividade, nem sequer a luz pode escapar deste corpo. É por isto que os denominamos de buracos negros, pois eles não podem emitir nenhum tipo de luz. (foto)

Enfim, chegamos ao fim! Espero que tenha agradado a quem leu!Um grande abraço

Fontes: Wikipedia / O Universo numa casca de Noz, Stephen Hawking